Projeto Leitura na EEJAR
A leitura, que é um testemunho oral da palavra escrita de diversos idiomas, com a invenção da imprensa, tornou-se uma atividade extremamente importante para o homem civilizado, atendendo múltiplas finalidades.
Segundo Orlando Morais (1997) a leitura envolve em primeiro lugar, a identificação dos símbolos impressos (letras e palavras) e o relacionamento destes com os seus respectivos sons. Em que, no início do processo de aprendizagem da leitura, a criança deverá diferenciar visualmente cada letra impressa, percebendo e relacionando este símbolo gráfico com seu correspondente sonoro. Quando a criança entra em contato com as palavras, deve então diferenciar visualmente cada letra que forma a palavra, associando-a a seu respectivo som, para a formação de uma unidade lingüística significativa. Neste processo inicial da leitura, em que a criança visualiza os símbolos, fazendo a associação entre a palavra impressa e som, define-se decodificação. Entretanto, para que haja leitura não basta apenas a decodificação dos símbolos, mas a compreensão e a análise crítica do texto lido. Quando não há compreensão pela criança do que se lê no texto, esta leitura deixa de ser interessante, prazerosa e motivadora. Pode-se considerar então que uma criança lê, quando esta entende o que o texto retrata. Pois quando esta apenas decodifica e não compreende, não se pode afirmar que houve leitura.
Há 40.000 anos o homem pintava nas paredes das cavernas touros e bisões, renas e cavalo, o que era denominado pictografia.
No desenvolvimento da escrita, o homem substituiu a representação visual pela sonora. O sinal se libertou do objeto e a linguagem adquire a sua verdadeira natureza que é oral. A humanidade é possuidora da razão, possibilitando a comunicação e o relacionamento com outros homens.
Na antiguidade, o conhecimento era transmitido oralmente. Por isso, a arte da oratória era base dos ensinamentos, sendo através do diálogo que os mestres ensinavam os aprendizes. Em função das dificuldades de publicar e divulgar as obras escritas, o leitor era um ouvinte, onde leitores e não leitores tinham mais contato no sentido de resignificar os textos. Os textos eram escritos em volumes, rolos de papiros, um dos primeiros de registrar os pensamentos.
A leitura e à escrita estava restrita a poucos privilegiados. Na Grécia, restringia-se aos filósofos e aristocratas, enquanto em Roma a escrita tornou-se uma forma de garantir os direitos dos patrícios às propriedades. Na Idade Média , uma minoria era alfabetizada, as igrejas, os mosteiros e as abadias converteram-se nos únicos centros da cultura letrada. Nos mosteiros e abadias medievais encontravam-se as únicas escolas e bibliotecas da época, e era lá que se preservavam e restauravam textos antigos da herança greco-romana.
A educação formal entrou em crise na Alta Idade Média, ficando restrita basicamente ao meio clerical. Durante o período merovíngio, a igreja manteve escolas episcopais para garantir a formação do clero, enquanto dentro dos mosteiros realizava-se a leitura e a cópia de documentos escritos e de alguns livros das civilizações grega e romana. A leitura tinha o caráter religioso, não tendo obrigação de ensinar a ler aqueles que não fossem seguir a vocação religiosa, assim, a igreja passou a monopolizar a censurar as obras que seriam transcritas. A escrita tornou-se um símbolo sagrado, com isso, a igreja veiculou a idéia de que os indivíduos laicos tinham que respeitar sem contestar os ensinamentos sagrados, devendo apenas escutá-las e memorizá-las.
Durante muito tempo, a leitura ficou atrelada à esfera clerical, porém, em meados do século XI, com o aumento das atividades comerciais e manufatureiras, que provocou o crescimento das zonas urbanas, a igreja começou a perder, pouco a pouco, o poder sobre o ensino. A escrita avançou então além dos muros da igreja, chegava também ao alcance dos leigos.
Devido ao desenvolvimento econômico e social, aumentou a necessidade de instrução da população. Com isso, a implantação de escolas públicas gradativamente passou a crescer.
Há vários métodos diferentes de leitura dinâmica. Alguns consideram que leitura consiste em três etapas - ver, pronunciar e compreender - e propõem que se elimine uma das três. Para manter o entendimento, a única etapa que poderia ser eliminada é a pronúncia, seja vocal ou mental.
O ato de ler é um exercício de indagação, de reflexão crítica, de entendimento, de captação de símbolos e sinais, de mensagens, de conteúdo, de informações... É um exercício de intercâmbio, uma vez que possibilita relações intelectuais e potencializa outras. Permite-nos a formação dos nossos próprios conceitos, explicações e entendimentos sobre realidades, elementos e/ou fenômenos com os quais defrontamo-nos.
- "Se quer compor o livro, aqui tem a pena, aqui tem papel, aqui tem um admirador; mas, se quer ler somente, deixe-se estar quieta, vá de linha em linha; dou-lhe que boceje entre doutros capítulos, mas espere o resto, tenha confiança no relator destas aventuras."
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